[ANPPOM-Lista] LONDRINA, de 12 a 15 de novembro

Acácio Piedade acaciopiedade em gmail.com
Dom Nov 3 14:03:52 BRST 2013


Caro Jorge Antunes
Gostei do post sobre os futuristas, como  o Hugo Ribeiro, e fiquei curioso
sobre a ligação de Russolo com o fascismo, nunca li a respeito. Eu tinha
para mim que ele era ligado ao anarquismo!
Abraços
Acácio Piedade



Em 2 de novembro de 2013 19:30, Hugo Leonardo Ribeiro
<hugoleo75 em gmail.com>escreveu:

> Que belo post. Obrigado por essas informações. Realmente são muito
> interessantes. E é realmente uma pena que a ideologia de determinadas
> pessoas acabem por ofuscar suas produções. Assim como comunistas foram e
> são ofuscados em regimes ditatoriais de direita ou extremamente liberais.
>
> É o preconceito às avessas.
>
> Hugo
>
>
> Em 2 de novembro de 2013 12:08, Jorge Antunes <antunes em unb.br> escreveu:
>
>> De 12 a 15 de novembro será realizado, em Londrina, Paraná, um importante
>> Festival dedicado a celebrar o uso dos ruídos em música.
>>
>> MUSICA E ECOLOGIA SONORA__CEM RUIDOS
>>
>> O momento de realização do evento é oportuno, porque em 2013 estão se completando
>> 100 anos da publicação do tratado "A Arte dos Ruídos" (L'arte dei rumori),
>> um manifesto futurista do italiano Luigi Russolo.
>> Luigi Russolo foi um pintor e compositor Itáliano, futurista, autor da
>> L'Arte dei Rumori e Música Futurista.
>>
>> Russolo, tal como seus colegas do movimento futurista (Marinetti,
>> Pratella), eram fascistas, admiradores da ideologia de Mussolini. Por essa
>> razão as pesquisas artísticas dele andaram engavetadas, escondidas, por
>> muito tempo.
>>
>> A celebração do ruído se encaixava nas ideologias fascistas e futuristas,
>> ao preconizar a guerra como higiene da humanidade. Marinetti exaltava o
>> ruidismo: os tiros de canhão, os tiros de pistolas, os gritos desesperados,
>> o barulho ensurdecedor das máquinas que surgiam no início da era industrial.
>>
>> Mario de Andrade ficou um tanto quanto fascinado pelo movirmento, e
>> também andou escrevendo poemas "ruidosos", onopatopaicos, exaltando os
>> ruídos dos bondes e outras máquinas.
>> Marinetti esteve em São Paulo em 1926, recepcionado por Ronald de
>> Carvalho, Sérgio Buarque de Holanda, Renato Almeida, Prudente de Morais
>> Neto, Manuel Bandeira, Henrique Pongetti, Tasso da Silveira, Agrippino
>> Grieco e Graça Aranha.
>> Claro, os integralistas da época, como Menotti Del Picchia, Plinio
>> Salgado, Miguel Reale, Gustavo Barroso, também passaram a colocar suas
>> manguinhas fascistas de fora.
>> O nome de Filippo Marinetti foi dado a uma rua paulista. A Rua Filipe
>> Marinetti fica em São Mateus, São Paulo, ali perto da Praça Cattaruza.
>>
>> Enfim. Isso é passado um tanto quanto vergonhoso, mas o fato é que o uso
>> do ruído em música se estabeleceu, para aumentar nossa paleta sonora.
>>
>> Em 1970, quando ninguém ainda preconizava ostensivamente a Ecologia e
>> muito menos a Reciclagem, eu fui pioneiro nessas áreas compondo a obra
>> "Music for Eight Persons Playing Things", em que músicos tocam latas,
>> garrafas, vasilhames de plásticos, copos, tubos de papelão, tubos de ferro,
>> caixas com bolas de gude, parafusos, porcas, fichas de plástico, extintores
>> de incêndio etc.
>> A obra, composta na Holanda em 1970, quando eu era um jovem bolsista do
>> governo holandês, ganhou o Premio Avro, da Semana Gaudeamus da Holanda, em
>> 1971.
>>
>> Você pode ouvir a composição aqui:
>> https://soundcloud.com/leonardo-bertolini-labrada/music-for-eight-persons
>>
>> TODOS A LONDRINA !
>> de 12 a 15 de novembro
>>
>> abraços barulhentos,
>> Jorge Antunes
>>
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