[ANPPOM-Lista] O novo velho Mano Brown

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Dom Set 8 22:31:55 BRT 2013


10/04/2013 2:44 pm

*Confira a primeira parte da entrevista com o rapper Mano Brown, capa da
edição 120 da revista Fórum*

*Por Glauco Faria, Igor Carvalho e Renato Rovai. Fotos de Guilherme Perez*

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<http://revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Mano-Brown-5.jpg>

“A gente não foca na polícia, a polícia é um tentáculo do sistema, o mais
mal pago. Mas é armado e chega com autoridade, é um tentáculo perigoso”

“Eu sou o Brown mais velho, macaco velho. Estou menos óbvio, menos
personagem e mais natural. Comecei a tomar cuidado. Nunca fui oportunista,
vivo de música, não sou um político que faz música.” Essa é uma das formas
pelas quais o líder e vocalista do Racionais MC’s se define hoje, 25 anos
depois de o grupo de rap conseguir levar sua mensagem não apenas às
periferias de todo o Brasil, mas também a muitos lugares e pessoas que não
tinham intimidade com o ritmo.

A mensagem de Brown sempre foi forte e contundente, mas hoje o músico
prepara o lançamento de um álbum solo, no qual o soul e o romantismo
predominam. Isso não significa, nem de longe, que o seu pensamento tenha se
modificado, até porque muito do contexto que propiciou o nascimento do
Racionais ainda está presente na realidade brasileira. “Eu não estava
falando de chacina, de nada disso, estava preparando um disco de música
romântica, aí começou a morrer gente aqui e tive de fazer alguma coisa.”

O músico se refere à chacina que matou sete pessoas na região do Campo
Limpo, zona sul paulistana, em 5 de janeiro. Entre as vítimas, DJ Lah, em
um primeiro momento tido como autor de um vídeo que denunciava a execução
de um comerciante no mesmo local, feita por policiais. A informação foi
desmentida depois, mas o espectro de que se tratava de uma vingança paira
sobre a população do lugar. E Brown fala sobre as possíveis consequências
para quem viu e sentiu a tragédia de perto. “Essa ferida não vai
cicatrizar, quem mora naquele lugar onde morreu o Lah não vai esquecer, os
moleques vão crescer, mano. Quem viveu aquilo não vai esquecer.”

Na entrevista a seguir, Mano Brown fala sobre a falta de oportunidades na
periferia, do racismo, de um sistema que oprime, mas também ressalta o que
ele considera ser o nascimento de um novo Brasil, destacando o papel da
nova geração. Assim, ele mesmo tenta se “reinventar” para seguir na luta
que sempre foi dele e de muitas outras pessoas. “Para dar continuidade ao
trabalho, temos de caminhar pra frente, a juventude precisa de rapidez na
informação, não dá pra ficar debatendo a mesma ideia sempre. É fácil para o
Brown ficar nessas ideias, fácil, é até covarde ficar jogando mais lenha,
então fui buscar as outras ideias, que passam pela raça também, com
certeza.”

*Fórum – Você esteve em uma reunião do pessoal do rap com o então candidato
a prefeito de São Paulo Fernando Haddad, e ali disse que não iria falar
sobre cultura, mas sim denunciar que os jovens estavam morrendo na
periferia. Recentemente, houve o assassinato do DJ Lah, e mortes violentas
de músicos da periferia têm sido muito comuns em São Paulo, na Baixada
Santista, por exemplo. Como definir essa situação?*

**Mano Brown – Esses moleques cantam o que eles vivem. Geralmente, quando
você chega nas quebradas, têm poucos lugares que são espaços de lazer, e o
lugar onde teve a chacina era um ponto de lazer, querendo ou não. Um ponto
meio marginal, mas tudo que é nosso é marginal. Era um bar, tinha a sinuca,
tinham os amigos, o bate-papo com a família, tem o fluxo, é o centro da
quebrada. O barzinho vende de tudo, vende pinga, vende leite, vende tudo, e
o Lah gostava de ficar por ali, vários caras gostavam, era o quintal das
pessoas.

O que aconteceu ali foi execução, crime de guerra. Tem a guerra e tem os
crimes de guerra. As pessoas não estavam esperando por aquilo ali, não
estavam preparadas pr’aquilo. É o que tem acontecido neste começo de ano, e
aconteceu no final do ano passado, as mortes todas têm o mesmo perfil:
moleque pobre em proximidade de favela. Os caras encontram várias
fragilidades ali, várias formas de chegar, matar e sair rápido, e o governo
simplesmente ignora o que aconteceu. existem as facilidades. O cara vai lá
e mata sabendo que não vai ser cobrado.

*Fórum – Mas você acha que, por conta dessas ocorrências, há uma coisa
dirigida contra o rap?*

**Brown – Acho que não, se dissesse isso seria até leviano, porque muitas
pessoas que morreram não tinham nada a ver com o rap. Gente comum, motoboy,
entregador de pizza, moleque que saiu da Febem e estava na rua, com uma
passagenzinha primária e morreu… E o rap tá na vida da molecada mesmo, tá
nos becos, nas esquinas, no bar, na viela, geralmente o moleque que curte
rap tá nesses lugares. É uma coisa dirigida, mas é dirigida à raça.
Dirigida a uma classe.

Se você for fazer a conta de quantas pessoas morreram no final do ano,
mortes sem explicação, crimes a serem investigados, e somar o tanto de
gente que morreu em Santa Maria… Morreu muito mais aqui. Lá foi comoção
total pela forma que ocorreu, lógico, todo mundo é ser humano, mas veja a
repercussão de um caso e a repercussão de outro caso, quanto tempo demorou
pra mídia acordar pra chacina? Quanto tempo demorou pras pessoas perceberem
a cor dos mortos? Coisa meio que normal, oito pretos mortos, quatro aqui,
três ali… É uma coisa meio cultural, preto, pobre, preso morto já é uma
coisa normal. Ninguém faz contas.

*Fórum – E quem está matando nas periferias?*

**Brown – A polícia. O braço armado, conexões armadas, de direita.

*Fórum – Você tem um histórico de estranhamentos com a polícia…*

**Brown – Houve a época em que soava o gongo, a gente saía dando porrada
pra todo lado, não olhava nem em quem. Outra época, a gente procurava a
polícia pra sair batendo. Hoje em dia, espera pra ver quem vai vir. Não é
só a polícia, são vários poderes. A gente não foca na polícia, a polícia é
um tentáculo do sistema, o mais mal pago. Mas é armado e chega com
autoridade, é um tentáculo perigoso. E tem várias formas de matar, de matar
o preto.

*Fórum – Da última vez que você deu entrevista à Fórum, há mais de 11 anos,
boa parte da conversa foi sobre isso. Você é um ator importante dentro
desse cenário, como está atuando para mudar a situação, está fazendo
intervenções no governo, conversando com pessoas, ou só se manifestando
pela sua arte mesmo?*

**Brown – Se eu disser que não uso meus contatos, estou mentindo. O que tem
acontecido traumatizou todo mundo, então ficamos todos aqui com muita
raiva, lógico que alguma coisa a gente fez. Mas não posso dizer o quê.
Tenho minhas armas, mas não posso expor, parado a gente não ficou.

A partir do momento em que a gente nota realmente que nossa quebrada tem
fragilidades, vê as famílias das pessoas com muitas mulheres e poucos
homens, homens com pouca liberdade, pouca liberdade de movimento, vida
pregressa com problema, pouca mobilidade na sociedade, caras condenados a
viver no submundo, você começa a criar um exército na comunidade, de gente
que vê aquele entra e sai da cadeia, de homens com vida pregressa que não
conseguem mais arranjar emprego. As casas perdem esses caras, que deixam de
ser úteis dentro de casa. Você vê a morte do homem da casa, cinco mulheres
chorando; as famílias estão num processo que vai demorar, de restauração
pra uma vida mais rotineira, mais calma, é uma corrente que tem de quebrar.
 <http://revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Mano-Brown-I.jpg>

“Antigamente, quando só o rico tinha, ninguém reclamava. Pobre com celular,
com moto, não pode, o sistema cobra”

*Fórum – Um cenário de guerra, mesmo.*

**Brown – É, não passou a ser guerra agora, depois da chacina, já vivia em
guerra. As mães também lamentam os filhos que vão pra vida do crime, perder
pra droga… A molecada negra tá muito exposta ao perigo, o salário é baixo,
o risco é alto. A sociedade cobra muito, você tem de ter as coisas, tem de
estar, tem de ser, tem de aparentar ser… Aparentar ser já custa caro, “ser”
é outro estágio. O pessoal acha que é vaidade boba a pessoa gostar de
marca, de perfume bom, mas são coisas que ajudam a pessoa a circular, a
arrumar um emprego, a arrumar uma gata, tudo melhora. No momento em que no
Brasil começa a sobrar um dinheirinho pra categoria, pra raça, o outro lado
já começa a cobrar com a vida também. O excesso de gente usufruindo deste
novo Brasil… Não pode, é excesso, tem de limpar. Tudo que é moleque de
moto… Os excessos que o pessoal começa a reclamar, todo mundo com celular
no busão. Antigamente, quando só o rico tinha, ninguém reclamava. Pobre com
celular, com moto, não pode, o sistema cobra.

*Fórum – Você entende isso como uma reação da elite?*

**Brown – Uma reação. Três governos de esquerda eleitos pelo povo, o Brasil
pagou a dívida, a classe C tomando espaço e a Globo expondo isso na novela,
todo mundo analisando, os autores são mais jovens e começaram a mudar a
mente, as ideias começaram a ir pra tela e os movimentos ganhando força a
partir das ideias, muita coisa junto… Os caras reagiram. O que aconteceu em
São Paulo aconteceu no resto do Brasil. Em Alagoas, o índice de negros
mortos é muito alto, em Belém do Pará, Goiás…

*Fórum – E você pediu o impeachment do governador Geraldo Alckmin em um
evento na Assembleia…*

**Brown – Pedi o impeachment do Alckmin e ele tem de tomar providências.
Naquela altura, estava em um estágio em que dava a impressão de que o
Alckmin não estava nem aí. As declarações que ele deu foram piorando,
chegou num ponto de eu achar que ele não sabia o que estava acontecendo.
Era suicídio, como ele vai se eleger a qualquer coisa com esses números de
morte?

Muitas vezes, acho a mídia com tanto medo e, de repente, vai um canal de
direita, que é a Record, que começou a investigação. A gente conversava e
sentia que tinha o medo no ar, eram jornalistas com medo, quando eu vi o
[André] Caramante isolando e as pessoas pedindo pra ele não voltar, pensei:
“Os caras tão com medo, o governo tá junto”. E as declarações que ele
[Alckmin] estava dando mostravam isso, que não ia voltar atrás e era um
movimento aprovado pelo povo, o povo estava com ele. Redução da violência,
crime organizado, a guerra do PCC, o povo leu isso como uma coisa benéfica
pra sociedade, mas estavam morrendo os filhos deles mesmos.

*Fórum – Será que o povo leu isso desse jeito?*

**Brown – Pelo número de PMs que foi eleito, percebo que o povo está se
dirigindo a votar dessa forma, tem medo. Primeira coisa que se pensa:
segurança. Segurança é polícia, entre um cantor de rap, um padre e um
policial, ele vai eleger um policial. O voto explica.
<http://revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2013/04/2013-02-07-20.40.12.jpg>

“O PCC hoje tem tanto poder que eles nem precisariam da contravenção pra
existir”

*Fórum – Qual a sua opinião sobre o PCC?*

**Brown – O PCC hoje tem tanto poder que eles nem precisariam da
contravenção pra existir. Aí seria realmente um poder incontestável, e pelo
número de mortes que foi reduzido em São Paulo, a gente sabe que muito tem
a ver com eles. Já existe o PCC, não precisa fazer nada mais contra a lei.
Se é que houve alguma coisa contra a lei… Não seria mais necessário usar
contravenção, já existe a autoridade, existe a autoridade instalada, o povo
aceitou.

*Fórum – Como você vê a ascensão dos movimentos sociais hoje em São Paulo?*

**Brown – Sou privilegiado de ver acontecer isso, minha geração. Acho digno
e muito importante mesmo todos os saraus, as reuniões, os diálogos, todo o
movimento de jovens dedicado a isso, a conhecer as causas do Brasil, não só
reclamar. É uma geração que não só reclama, que faz, que desce o beco da
favela, vai trabalhar, vai bater nas portas. É um novo Brasil, novos
médicos, novos advogados, novos pedreiros, novos motoboys, novos
motoristas. O que todo mundo bebe, vai ser; o que todo mundo come, vai ser;
o que todo mundo respira, vai ser. Daqui a 20 anos, você vai ver o país que
está sendo implantado pelo Lula, pela Dilma, pelos Racionais, pelo Bill,
pelo Facção Central. Daqui a 20 anos, vai ter um povo que vai ter essa cara.

*Fórum – Fale um pouco mais de sua concepção desse novo Brasil.*

**Brown – Tenho 42 anos, sou fruto daquela geração dos anos 1980, aquela
“geração lixo”. “Geração lixo”. Eu sou aquilo, com todos os defeitos e
qualidades. Já os nossos filhos, nós que já aprendemos e sofremos um
pouquinho mais, vão ser melhorados, mais ligeiros, mais práticos que eu, e
não vão rodar tanto em volta do objetivo, vão direto ao foco.

Agora, os meus filhos, a molecada em geral… Ainda temos de lavar a roupa
suja. Eu e eles. Não gosto de puxar a orelha dos moleques por revista e nem
por entrevista, mas temos roupa suja pra lavar nas favelas, nas vielas, nas
ruas, nos palcos, tem muita coisa pra melhorar ainda.

*Fórum – Mas existe um orgulho hoje de quem vive na periferia, ele não se
esconde mais. Há marcas que nascem na periferia. *

**Brown – É o que o judeu fez, o italiano fez, o japonês fez e o preto foi
proibido de fazer. Nos dias de hoje, faz, monta time de futebol, loja,
grupo de rap. Forma a família, que é onde está o foco nosso, a família,
dialogar, organizar… Historicamente foi proibido pra nós, a gente vive
correndo, se escondendo, um comportamento de foragido que talvez essa
geração não vá ter mais.

*Fórum – Será que esse não é o susto das elites, perceber que daqui a 20
anos o Brasil não vai ser mais esse? *

**Brown – O Brasil atrasado, os brancos também não querem isso, os brancos
ligeiros não querem mais isso. Foi um ganho o branco acordar e o preto
acordar também.

*Fórum – “Fim de semana no parque” fez vinte anos agora. Você acha que essa
foi a principal mudança nesse período, além do ganho econômico, também a
elevação da autoestima?*

**Brown – Começa pela raça, pelo orgulho do que você é, de você ter na sua
família a sua raiz. Se você não tem vergonha da sua mãe você vai ouvir mais
ela, se você acha sua mãe bonita, seu pai bonito… Eu sou de uma geração em
que muitos não tiveram pai, não tive pai, vários amigos não tiveram. Tive
de aprender a ser meu pai, o homem da casa sempre fui eu. Isso também fez
eu ser quem eu sou, mas acho que seria melhor se tivesse tido um pai. Em
várias casas faltam um pai. Acho que a periferia vive este momento de fluxo
de cadeia, da molecada se envolvendo na criminalidade, perdendo o direito
de ir e vir, de oportunidade de emprego por conta de passagem [na polícia],
então vai limitando e as famílias vão ficando empobrecidas. Mesmo que o
governo faça, vai estar sempre correndo atrás, essa corrente tem de cortar.
Dar oportunidade pra molecada – principalmente para os homens –, que não
tem como demonstrar nada numa sociedade em que você tem de parecer que é,
pelo menos. A molecada não tem oportunidade.

*Fórum – Falando em oportunidade, o que você acha das cotas?*

**Brown – Como tudo que envolve o negro, é polêmico. Agora, se você negar
que o Brasil prejudicou a raça negra… [As cotas] não vão resolver o
problema, mas dizer que o negro não é merecedor disso é racismo.
Historicamente teria de ter, mas, dentro da raça negra, o lance de cotas é
tão dividido ou mais que entre os brancos. Se você chegar na inteligência
negra, perguntar ali o que acha da cota… Mano, é treta! Você vai ter cara
crânio que é contra, vai falar pra ele que tem de ser a favor… É dividido,
acho bom ser polêmico. O problema tem de ser debatido, depois faz o acordo,
mas de cara tem de conversar.
 <http://revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Mano-Brown-3.jpg>

“Primeira coisa que se pensa: segurança. Segurança é polícia, entre um
cantor de rap, um padre e um policial, ele vai eleger um policial. O voto
explica”

*Fórum – Qual a sua avaliação do movimento negro no Brasil?*

**Brown – O movimento negro evoluiu muito, tenho muito orgulho de ver como
o movimento atua hoje, algumas reuniões em que eu fui, moleques muito
inteligentes… Dá vontade de parar de falar e deixar só os moleques falarem.
No dia do evento mesmo, antes tinha falado um garoto do movimento negro,
ele já tinha falado tudo. Eu nem quis falar muito porque ele já tinha
falado tudo. Antigamente, ia nos movimentos e era um debate muito primário,
ranço de 300 anos debatido nos anos 1980, nós estamos em 2013 e a molecada
já está debatendo outras coisas, outros poderes, não só os visíveis. Já não
querem só a roupa de marca, os caras querem poder, os moleques vêm pesado
na reivindicação, no direito, na história. São terríveis e estão vindo aí.
Tenho orgulho, já foi um movimento confuso, hoje não é mais. É um movimento
prático.

*Fórum – Existe uma crítica de que somente o empoderamento econômico não
traria consciência social para as pessoas, mas o seu depoimento não diz
isso.*

**Brown – Traz. Traz porque o tempo é dinheiro pra todos, inclusive pra
classe C. O micro-ondas, o carro que anda melhor vai fazer você chegar com
mais conforto em casa, no seu trabalho, você vai ter tempo pra melhorar.
Por que é conforto pro rico e pro pobre não? O pobre vai ficar bobo alegre,
por quê? É preconceito. O que faz a vida do cara ter conforto, permitir
organizar o tempo, poder estudar, trabalhar e cuidar do filho… Daqui a 20
anos, tá ele formado, o filho estudando, se ele não tivesse o carro, com
certeza não trabalhava, não estudava, tinha cuidado só do filho. Ele não
tinha estudado e era só o filho, não eram duas rendas, era uma. Bem
material “aliena o pobre”, porque pobre é alienado, esse é o discurso… O
pobre não tem inteligência… Sabedoria do povo é sabedoria do povo, tem de
escutar, tem de entender a mensagem.

*Leia aqui<http://revistaforum.com.br/blog/2013/04/o-novo-velho-mano-brown-2a-parte/>a
segunda parte da entrevista
*

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*Tags:* DJ Lah <http://revistaforum.com.br/blog/tag/dj-lah/>,
entrevista<http://revistaforum.com.br/blog/tag/entrevista/>,
entrevista com Mano
Brown<http://revistaforum.com.br/blog/tag/entrevista-com-mano-brown/>,
Fórum 120 <http://revistaforum.com.br/blog/tag/forum-120/>, Glauco
Faria<http://revistaforum.com.br/blog/tag/glauco-faria/>,
Igor Carvalho <http://revistaforum.com.br/blog/tag/igor-carvalho/>, Mano
Brown <http://revistaforum.com.br/blog/tag/mano-brown/>, movimento
negro<http://revistaforum.com.br/blog/tag/movimento-negro/>,
movimentos sociais <http://revistaforum.com.br/blog/tag/movimentos-sociais/>,
periferia <http://revistaforum.com.br/blog/tag/periferia/>,
Racismo<http://revistaforum.com.br/blog/tag/racismo/>,
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UPP <http://revistaforum.com.br/blog/tag/upp/>,
violência<http://revistaforum.com.br/blog/tag/violencia/>,
Violência Policial <http://revistaforum.com.br/blog/tag/violencia-policial/>

-- 
carlos palombini
professor de musicologia ufmg
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