[ANPPOM-Lista] Naufrágio de Kleônicos

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Qua Maio 6 00:11:46 BRT 2015


Béhague apenas a lista em seu livro, página 9. Diz que foi apresentada em
1918. Peppercorn a cita em *Villa-Lobos: Collected Studies*, p. 75. Diz que
foi a única peça brasileira regida por Felix Weingartner no Municipal do
Rio em 1920. Appleby a menciona em *Heitor Villa-Lobos: a Bio-Bibliography*,
p. 32. Dá detalhes de instrumentação, duração e estreia. Estes não
coincidem com os de Béhague. Em *The Illustrated Lives of Great Composers:
Heitor Villa-Lobos*, Peppercorn dedica um parágrafo à obra na página 39. A
estreia teria sido em 15 de maio de 1917, com bailado de Norska Rouskaya,
em "noite de benemerência e elegância", como diria Gasparotto. Na página 43
ela reproduz duas frase de uma crítica de Oscar Guanabarino (provavelmente,
sobre uma das execuções de 1920). Na página 45, cita a execução por
Weingartner em 1920. Tarasti, via de regra o melhor, apesar de algumas
gafes grosseiras, como falar dos "irmãos Andrade" (Mário e Oswald ! ! ! ),
a cita nas páginas 41, 47, 186 e 395. Na 47, menciona uma execução em
Lisboa, em 1923 ou 1924. Na 395, cita execução em 1918, no Rio. Mas é uma
das poucas peças que ele deixa de fora em suas análises. Em *The
Villa-Lobos Letters translated and edited by Lisa Peppercorn*, ela diz que
a peça constou do terceiro concerto de 1917, em 17 de novembro (o que à
primeira vista parece contraditório com o que ela afirma na obra
anteriormente citada). José Louzeiro, em seu *Villa-Lobos: o aprendiz de
feiticeiro* (carinha de nojo), data a obra de 1916. Wisnik a cita e lhe
dedica um pequeno parágrafo em *O coro dos contrários*, à página 30. Diz
que foi executada em São Paulo sob regência do autor após a Semana de Arte
Moderna. Tenho certeza de já ter lido maiores detalhes sobre essa obra,
sinopse inclusa. Só pode ter sido no livro do Guérios. Mas não acho minha
cópia. É para a Philhamonic?

Entrementes, você pode verificar aqui:

As primeiras composições de Villa-Lobos, apresentadas a partir de 1915 no
> Rio de Janeiro, constituem uma chave fundamental para a compreensão de seus
> pertencimentos e atitudes: são músicas como as duas primeiras Sinfonias, o
> poema sinfônico *O Naufrágio de Kleonicos*, a ópera *Izaht*, as *Danças
> Características Africanas* e a *Prole do Bebê*. É nesse momento que a
> própria substância musical, aliada aos pronunciamentos do compositor,
> torna-se documento etnográfico indispensável à análise. Ao compreendermos
> os elementos estéticos acionados nas obras, podemos tirar conclusões a
> respeito das opções que ele fez ao longo de sua trajetória — pois é através
> dessas obras que ele, em uma linguagem própria, emite sob forma musical um
> discurso que não deixa por isso de ser social. Examinemos, então, as
> características de cada uma dessas obras.
>  As primeiras sinfonias de Villa-Lobos, conforme depoimento do próprio
> compositor a um biógrafo (Mariz 1949:39), foram feitas de acordo com as
> regras postuladas por Vincent D’Indy em seu *Cours de Composition
> Musicale*; a estética proposta por D’Indy, adotada pelos professores do
> Instituto Nacional de Música, era ligada diretamente à de Wagner. Também
> ligado a estéticas defendidas pelos professores do Instituto estava seu *Naufrágio
> de Kleonicos*, poema sinfônico cuja linguagem musical é uma clara
> emulação dos princípios do pós-romantismo francês de Saint-Saëns. Dessa
> forma, a aplicação das idéias estéticas de Wagner, D’Indy e Saint-Saëns
> serviriam como prova da capacidade de Villa-Lobos enquanto compositor em
> face do *establishment* musical carioca.
>

http://goo.gl/PwYzXC

Alguma coisinha:

http://goo.gl/v5BhBW

http://goo.gl/1PswL5

http://goo.gl/x9TLom

Audível aqui:

http://goo.gl/wBN78K

-- 
carlos palombini
professor de musicologia ufmg
professor colaborador ppgm-unirio
ufmg.academia.edu/CarlosPalombini <http://goo.gl/KMV98I>
www.researchgate.net/profile/Carlos_Palombini2
scholar.google.com.br/citations?user=YLmXN7AAAAAJ
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