[ANPPOM-L] Ai, que susto! e bota susto nisto!

silvio silvio.ferraz em terra.com.br
Dom Jun 3 15:58:51 BRT 2007


bravo por tua mensagem alexandre
realmente interessante a leitura e a argumentação.
no mais:
antes que nos apavoremos com coisas que pertencem 
a comunidades das quais não entendemos nada (vale 
a pena ler um pouco ou ouvir as entrevistas com 
juninho do complexo do alemão pra entender que 
estamos por fora de uma dinâmica muito mais 
complexa do que nossos preconceitos)...
então, antes que nos apavoremos mais
vale a pena entrar na página abaixo e assinar a 
petição contra a aprovação da lei rouanet para 
templos, projeto do crivelinha (prb-rio; mais 
conhecido por ser sobrinho do edir maicedo).
http://www.petitiononline.com/cult2007/petition.html

não precisa assinar ou visitar a página, assim 
como também não era necessário visitar a página 
sugerida pelo carlos palombini (a qual eu ainda 
não tive paciência de visitar).

silvio ferraz

petição:

To:  Congresso Nacional do Brasil

O Senado está a um passo de aprovar um projeto de 
lei, de autoria do senador Marcelo Crivella 
(PRB-RJ), sobrinho de Edir Macedo, fundador da 
Igreja Universal do Reino de Deus) que incluiria 
as igrejas entre as beneficiárias do Programa 
Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). Mais 
conhecida como "Lei Rouanet", aprovada em 1991 
pelo Congresso Nacional, o Pronac permite que 
empresas invistam em projetos culturais até 4% do 
equivalente ao Imposto de Renda devido. O projeto 
chegou a ser aprovado em caráter terminativo na 
Comissão de Educação, mas um recurso para que 
fosse apreciado pelo plenário impediu que 
seguisse para a Câmara. Uma emenda apresentada 
pelo senador Sibá Machado (PT-AC) obrigou a volta 
do texto para a comissão. Ainda precisará ser 
votado no plenário do Senado e depois ir à 
Câmara. Como o projeto original fazia referência 
apenas a "templos", sem especificar sua natureza, 
ao estender a eles os benefícios da Lei Rouanet, 
o senador Sibá considerou necessário acrescentar 
um adendo. A emenda, que teve o parecer favorável 
do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovada pela 
Comissão de Educação e deixa mais claro que o 
Pronac poderá ser usado para contemplar não só 
museus, bibliotecas, arquivos e entidades 
culturais, como também "templos de qualquer 
natureza ou credo religioso". A proposta agora 
segue novamente para o plenário, onde alguns 
senadores prometem reagir contra a idéia. Está 
mais do que na hora de as pessoas envolvidas e/ou 
preocupadas com a verdadeira cultura em nosso 
País, reagirem e tomarem uma providência.

Sincerely,



>Prezada Stela e colegas,
>
>Acho que ficou claro que o Palombini quis destacar a clareza do 
>preconceito à música funk, evidenciando os avisos destinados a seus 
>ouvintes que não surgiam para o acesso ao material equivalente que o 
>gerou, e não divulgar materiais pornográficos. Talvez pudesse ter 
>deixado isso mais claro, mas talvez tenha imaginado que seria esse o 
>olhar que prevaleceria.
>
>Apesar de também ser parcialmente indignado com a carência melódica, 
>harmônica e rítmica do "funk marginal" (se é que tal conceito é 
>válido, mas aqui uso apenas para diferenciá-lo de suas variações mais 
>bem aceitas pela casta crítica, como James Brown, Tim Maia ou 
>Fernanda Abreu), nas raras em que identificamos tais elementos, não 
>podemos deixar de observá-lo - e admiti-lo - como manifestação 
>legítima, originária de um grupo social bem definido, que assim se 
>mostra capaz de encontrar na vastidão desse vazio educacional a que é 
>relegado, essas duas ou três ferramentas com as quais grita, existe, 
>cria identidade própria e experimenta uma fração mínima da auto-
>estima que lhe é permitida por sua desgraça, com a qual lida sem que 
>lhe permitam sequer drogar-se, como se aplica morfina aos enfermos 
>com dores extremas. Se tivemos a melhor educação pré-escolar, eles 
>tiveram valas negras para brincar, e baixar os olhos e mudar de 
>assunto não ajuda a melhorar o conteúdo da internet.
>
>Seus "manipuladores" são empresários tão gananciosos quanto os mais 
>pródigos empreiteiros, mas com formação equivalente aos da música que 
>promovem, são incapazes de nos distrair de modo a tornarem-se 
>aceitáveis, e 15 minutos de conversa com os administradores do 
>conglomerado Furacão 2000 eliminam qualquer dúvida. Por qualquer 
>definição isenta em que se apóie, não há como excluir tais 
>manifestações do conceito de cultura popular apenas por haver 
>exploradores de sua difusão, sob pena de condenarmos também as 
>rendeiras do Ceará, o artesanato de Pernambuco e outras manifestações 
>inquestionáveis que, integradas a um sistema que não abre exceções 
>românticas, condena indiscriminadamente à miséria ou ao dinheiro e o 
>mercado da esquina. Talvez seja necessário refletir sobre a dor de 
>perceber tantas características desconfortáveis no funk marginal. Não 
>sou pesquisador do tema, e devo estar aglutinando subdivisões, 
>estilos e tendências diversas que integram uma classe específica de 
>produtos, mas capitulemos ao fato de que são oferecidos e consumidos 
>de forma muito semelhante aos produtos culturais "legitimados" por 
>nossa elite pós-graduada.
>
>O arrombamento de tradições locais pela difusão indiscriminada da 
>cultura do Alto Leblon através das novelas da Globo é pornografia 
>pura; a passividade com que nos mantemos ignorantes e assistimos o 
>ECAD funcionar para a cupidez de seus controladores, sem qualquer 
>fiscalização pública, é pornográfica, imoral e vergonhosa; o lucro do 
>Bradesco (apenas um dentre os 20 bancos enormes) apenas no 1º 
>trimestre de 2007, é escatológico, rendendo R$ 19 mil por DIA a quem 
>detenha reles 0,1% de suas ações. Mas a meia-dúzia de centros-
>culturais com que conseguem tornar decente esse estupro são 
>usufruídos por quem irá rejeitar as manifestações do grupo de 
>degradados que, ingênuos e servis como a mulher que descreve, 
>alimentam cada centavo dessa pedofilia pública. Fazem isso ao arcar 
>religiosamente com juros criminosos praticados pelos atravessadores 
>das migalhas eletrodomésticas com que nos sentimos atenuando o abismo 
>dessas diferenças. Então, com suas migalhas, patrocinam as nossas 
>orquestras, as novelas da Globo, "viabilizam os seus sonhos" e fica 
>tudo certo. Se pagarmos melhor à nossa empregada doméstica, não 
>sobrará para a viagem à Paris, e ainda é comum exigir-lhes, nas mais 
>imaculadas famílias, que não estudem, para elidir suas já remotas 
>chances de galgar ascenção social. E temos a cara-de-pau de não 
>lembrar o nome do picareta em quem votamos, de torcer o nariz para 
>quem reclama das coisas no restaurante, em apontar arrogância nos que 
>buscam aprimorar a comunicação com melhor vocabulário. Chique é não 
>precisar: que loucura!
>
>Imagino que a origem de sua indignação se remeta muito mais à culpa - 
>que não nos permitimos sentir - ao tolerar essas pornografias mais 
>graves, malgrado plenamente abastecidos com conceitos ampliados pelo 
>conhecimento de línguas e linguagens, com as quais refinamos o humor 
>em rodas de chá importado antes do concerto no Municipal, comprado 
>com dinheiro que tantos privilégios reduziram a chance de não tê-lo. 
>Temos todas as ferramentas para censurar tantas pornografias, mas os 
>depravados são tão competentes que conquistaram - não sem a 
>colaboração de um certo medo cívico nascido nos anos de chumbo -  o 
>nosso constrangimento até para falar dela, quiçá para implementá-la. 
>Penso que, enquanto mantivermos o olhar insular, e olharmos os 
>funkeiros como os "outros", invasores de nosso castelo de cultura 
>ocidental européia, só teremos deles melodias assim tão simples, com 
>conteúdos assim tão primários, quando muito. Assim, jamais seremos 
>candidatos ao primeiro mundo já que, nos indignemos ou não, são 
>também habitantes de um mesmo reino que, para ter acesso à simples 
>curiosidade pelo que não lhe causa estímulos orgânicos, precisam não 
>temer por sua vida, por sua sobrevivência ou por seu futuro, quando 
>são heróis e chegam a ter um.
>
>Me perdoem a ênfase e a extensão.
>Abraços!
>
>Alexandre
>
>
>
>On Jun 3, 2007, at 11:55 AM, Stela Brandao wrote:
>
>>  Que lamentável tudo isto! Muito mais lamentável ainda ser a lista 
>>  da ANPPOM
>>  veículo de propagação  de coisa desse gênero, dessa crescente 
>  > degeneração da
>>  cultura popular facilitada e promovida pelos veículos de 
>>  comunicação em
>>  massa. É mesmo para baixar de vez o nível do pensamento do povo, 
>>  que já
>>  tinha uma concentração pélvica de proporção mais do que exagerada,
>>  patológica até, para rebaixá-la ainda mais ao cano de esgoto.  As 
>>  pessoas
>>  não precisam desse tipo de aula. O sexo está sendo instrumento de
>>  bestialização da humanidade em geral e do Brasil muito em 
>>  particular.  Seria
>>  interessante lembrar que nós, seres humanos, temos outros centros 
>>  para onde
>>  fazer ascender a energia criativa gerada no chacra básico onde se 
>>  encontram
>>  nossos órgãos genitais.  Toda essa vulgaridade está íntimamente 
>>  ligada à
>>  cultura da violência (as letras do "Funk" bem o demostram), à 
>>  exacerbação
>>  fálica da pior espécia, negando ao homem a possibilidade de nobreza e
>>  auto-domínio e  reduzindo a mulher ao seu pior papel de servilismo 
>>  sexual; à
>>  exaltação da libidinagem como um valor supostamente ligado à liberdade
>>  individual, quanto mais degradante melhor, reduzindo a libido, ou 
>>  energia
>>  criativa, a um brinquedo perigoso de mentes incultas e ignorantes. 
>>  Isto tudo
>>  não tem nada a ver com Arte, com liberdade, com cultura! Se é 
>>  cultura, eu
>>  abomino essa cultura  e conclamaria os jovens a educarem o seu 
>>  pensamento e
>>  a impulsionarem sua energia vital em outras direções de verdadeiro
>>  significado e auto-conhecimento para a edificação da cultura de seu 
>>  país.
>>  Se há algum mérito em expôr tais baixarias na TV, Internet, etc., 
>>  que seja
>>  para acender um debate sobre os rumos da cultura popular e da 
>>  educação atual
>>  e avaliar os seus efeitos na consciência de uma sociedade, de um povo.
>>  Stela Brandão, EdD
>>
>>
>>  ----- Original Message -----
>>  From: "carlos palombini" <palombini em terra.com.br>
>>  To: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
>>  Cc: "Leonardo Aldrovandi" <leoaldrovandi em yahoo.com.br>;
>>  <rafael_nassif em hotmail.com>
>>  Sent: Sunday, June 03, 2007 9:27 AM
>>  Subject: [ANPPOM-L] Ai, que susto!
>>
>>
>>
>>  O Youtube é muito bom: encontram-se lá desde a execução de obras de
>>  Xenakis ou _Vingt regards_ de Messiaen até um outro tipo de obra-
>>  prima.
>>
>>  [quem não gostar de funk carioca, por favor, não leia o que se segue]
>>
>>  A sexóloga do SBT deu uma aula de sexo anal, que é, por si só, uma das
>>  coisas mais engraçadas da web:
>>
>>  www.youtube.com/watch?v=vDkoyWDT3TE
>>
>>  O DJ Raphael Mendes fez o que precisava ser feito: transformou a 
>>  aula de
>>  sexo anal do SBT num funk que é uma das coisas mais engraçadas do 
>>  funk:
>>
>>  www.youtube.com/watch?v=hEmswlmOHjk
>>
>>  Mais engraçado ainda é que vc acessa sem problemas a aula da sexóloga.
>>  Todavia, para acessar o "Funk da aula de sexo anal", que contém apenas
>>  --- e contém muito menos do que --- a professora disse, vc necessita
>>  concordar que:
>>
>>  "This video may contain content that is inappropriate for some 
>>  users, as
>>  flagged by YouTube's user community. By clicking 'Confirm', you are
>>  agreeing that all videos flagged by the YouTube community will be
>>  viewable by this account."
>>
>>  A quem quiser experimentar, é bom lembrar que são 20 dias de estudos
>>  preliminares.
>>
>>  --
>>  cvp
>>  ________________________________________________
>>  Lista de discussões ANPPOM
>>  http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>  ________________________________________________
>>
>>  ________________________________________________
>>  Lista de discussões ANPPOM
>>  http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>>  ________________________________________________
>
>
>
>________________________________________________
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>________________________________________________
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