[ANPPOM-L] Res: Qual a música que queremos em nossasUniversidades?
Rubens Ricciardi
rrrr em usp.br
Qui Out 18 10:52:29 BRST 2007
meus caros da ANPPOM,
é bem provável que o "contraponto florido" (5a espécie de Fux) não seja desconhecido por "milhões de excelentes compositores" - há um exagero descabido nesta afirmação (no mínimo irreverente),
no entanto, se incluirmos hoje o universo dos produtos da Indústria Cultural (na qual a figura do compositor torna-se muitas vezes supérflua), aí sim, haverá um número grande - mas precisamos também rever, neste caso, o que se entende por compositor enquanto conceito,
Rubens Ricciardi
----- Original Message -----
From: Marcos Filho
To: antunes em unb.br ; anppom-l em iar.unicamp.br
Sent: Wednesday, October 17, 2007 6:09 PM
Subject: [ANPPOM-L] Res: Qual a música que queremos em nossasUniversidades?
Querido Jorge,
Existem quantos milhões de excelentes compositores (no Brasil e fora dele) não fazem nem idéia do que seja contraponto florido?
Um abraço forte,
Marcos Filho.
----- Mensagem original ----
De: Jorge Antunes <antunes em unb.br>
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Enviadas: Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007 8:53:54
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossasUniversidades?
Caro Silvio:
Você me apavora.
Quando você diz ter ouvido música ruim de quem cursou até contraponto florido, dá a impressão de que existem cursos formando compositores que não estudaram contraponto florido.
A técnica, evidentemente, não basta por si só. Mas sem ela a criatividade não dá frutos.
Quanto à disposição dos sistemas na teoria dos conjuntos, devo lembrar que o próprio sistema tonal e o sistema temperado já são sub-conjuntos da totalidade espectral, cuja consciência foi despertada pelo advento da música eletrônica (1950), pela análise espectral, pela síntese aditiva e pelo domínio científico sobre ruído branco.
Abraço,
Jorge Antunes
silvio wrote:
caro antunes
entendo o que vc está querendo dizer com conjuntos que contém outros.
até podemos dizer que é correto, mas tem suas
arestas que permitem leituras equivocadas e
preconceituosas e totalmente WAPs.
tenho ouvido muita música ruim de quem cursou até
contraponto florido ou escreveu primeiro
movimento de sonata.
talvez as coisas não sejam tão simples assim.
>Os estudantes que chegam, com paciência e muito
>trabalho, até ao contraponto florido a dois
>coros, acabam por entender e dominar
>complexidade que abarca qualquer construção
>musical com menor nivel de complexidade.
>A polirrítmia da música afro-brasileira é
>sub-conjunto da complexidade maior englobada
>pelo contraponto a que me referi.
não tem como, pois os conjuntos no caso (música
ocidental e música africana) não são tão
facilmente integráveis. O livro de John Blacking
traz pencas de exemplos disto. Simha Arom também
dedicou-se a demonstrar q os conjuntos são
distintos e não têm tão fáceis pontos em comum.
por outro lado, nossos cursos têm de se tornar
menos engessados, incorporando disciplinas como
música e tecnologia, trajetória da música de
mercado no séc.XX (q é social e funcionalmente
bem distinta da música urbana do séc.XIX),
história e análise de música do séc.XX e XXI.
talvez a pergunta não seja q música queremos na
universidade, mas que música podemos oferecer aos
alunos, com o máximo de competência q nos cabe,
em nossas universidades?
abs
silvio
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