[ANPPOM-L] RE: Res: Qual a música que queremos em nossasUniversidades?
Alexandre Bräutigam
alexandrebrautigam em hotmail.com
Qui Out 18 12:56:26 BRST 2007
Estendendo a discussão sobre o compositor, seu papel, seus meios de produção e registro assim como a delicada discussão dos direitos autorais (tudo o que envolve dinheiro, no mundo dos Homens, é complicado), qual a opinião dos professores a respeito dos remixes e dos DJs como compositores? Cito um exemplo : o DJ Tiësto (holandês) e sua música 'Adagio for strings'.
http://www.youtube.com/watch?v=O666kGBEvF0 (aqui encontra-se o início dela, a partir de 30 segundos do começo do vídeo até o fim)
Todos sabemos que o tema usado por Tiësto não é de sua autoria. Mas sua música difere totalmente do Adagio.
Não é a primeira experiência no gênero (recentemente o Jorge Aragão tocou 'Ave Maria' em ritmo de samba, e Jacques Loussier também já brincou com o uso de temas e músicas 'eruditas' em seu trio de jazz a décadas atrás (só pra citar dois outros exemplos em campos musicais bem distintos).
Tiësto não conhece o contraponto florido, mas tem muita sensibilidade rítmica e de textura. A aprovação, vê-se na pista. É possível dizer que se compreendeu a música de Tiësto sem ter essa experiência que transborda o domínio do sonoro?
Quais seriam os métodos de análise que poderíamos utilizar neste contexto multi-artístico, em que o elemento sonoro é um mas não o único?
Só pra acentuar: enquanto que num concerto exige-se silêncio da platéia, ele fala com o público e fala em som, barulho.
abraços a todos,
Alexandre Bräutigam.
From: rrrr em usp.br
To: marcosfilhomusica em yahoo.com.br; antunes em unb.br; anppom-l em iar.unicamp.br
Date: Thu, 18 Oct 2007 09:52:29 -0300
Subject: Re: [ANPPOM-L] Res: Qual a música que queremos em nossasUniversidades?
meus caros da ANPPOM,
é bem provável que o "contraponto florido" (5a
espécie de Fux) não seja desconhecido por "milhões de excelentes
compositores" - há um exagero descabido nesta afirmação (no mínimo
irreverente),
no entanto, se incluirmos hoje o universo dos
produtos da Indústria Cultural (na qual a figura do compositor
torna-se muitas vezes supérflua), aí sim, haverá um número grande - mas
precisamos também rever, neste caso, o que se entende por compositor
enquanto conceito,
Rubens Ricciardi
----- Original Message -----
From:
Marcos Filho
To: antunes em unb.br ; anppom-l em iar.unicamp.br
Sent: Wednesday, October 17, 2007 6:09
PM
Subject: [ANPPOM-L] Res: Qual a música
que queremos em nossasUniversidades?
Querido
Jorge,
Existem quantos milhões de excelentes compositores (no
Brasil e fora dele) não fazem nem idéia do que seja contraponto florido?
Um abraço forte,
Marcos Filho.
-----
Mensagem original ----
De: Jorge Antunes <antunes em unb.br>
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Enviadas:
Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007 8:53:54
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Qual a
música que queremos em nossasUniversidades?
Caro Silvio:
Você me apavora.
Quando você diz ter ouvido música ruim de quem cursou
até contraponto florido, dá a impressão de que existem cursos formando
compositores que não estudaram contraponto florido.
A técnica,
evidentemente, não basta por si só. Mas sem ela a criatividade não dá frutos.
Quanto à disposição dos sistemas na teoria dos conjuntos, devo lembrar que
o próprio sistema tonal e o sistema temperado já são sub-conjuntos da
totalidade espectral, cuja consciência foi despertada pelo advento da música
eletrônica (1950), pela análise espectral, pela síntese aditiva e pelo domínio
científico sobre ruído branco.
Abraço,
Jorge Antunes
silvio wrote:
caro antunes
entendo o que vc está querendo dizer com conjuntos que contém outros.
até podemos dizer que é correto, mas tem suas
arestas que permitem
leituras equivocadas e
preconceituosas e totalmente WAPs.
tenho
ouvido muita música ruim de quem cursou até
contraponto florido ou
escreveu primeiro
movimento de sonata.
talvez as coisas não sejam
tão simples assim.
>Os estudantes que chegam, com paciência e muito
>trabalho, até
ao contraponto florido a dois
>coros, acabam por entender e dominar
>complexidade que abarca qualquer construção
>musical com
menor nivel de complexidade.
>A polirrítmia da música afro-brasileira é
>sub-conjunto da
complexidade maior englobada
>pelo contraponto a que me referi.
não tem como, pois os conjuntos no caso (música
ocidental e música
africana) não são tão
facilmente integráveis. O livro de John Blacking
traz pencas de exemplos disto. Simha Arom também
dedicou-se a
demonstrar q os conjuntos são
distintos e não têm tão fáceis pontos em
comum.
por outro lado, nossos cursos têm de se tornar
menos engessados,
incorporando disciplinas como
música e tecnologia, trajetória da música
de
mercado no séc.XX (q é social e funcionalmente
bem distinta da
música urbana do séc.XIX),
história e análise de música do séc.XX e XXI.
talvez a pergunta não seja q música queremos na
universidade, mas que
música podemos oferecer aos
alunos, com o máximo de competência q nos
cabe,
em nossas universidades?
abs
silvio
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