[ANPPOM-L] sobre pioneiros: os primeiros serão os últimos?

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Sáb Jul 4 13:23:57 BRT 2009


Oi, Denise:

Parabéns por seus comentários.
O trabalho do Conrado tem que ser reconhecido e enaltecido. Foi por essa
razão que na Coletânea de 5 CDs um deles foi dedicado aos três precursores
brasileiros e à homenagem ao saudoso Zé Maria.
Creio que essa compilação com obras de 34 compositores é enorme contribuição
à produção eleroacústica brasileira.
Você foi testemunha pessoal, no Rio, de minha insistência com Vânia para que
ela participasse da Coletânea. Na Urca, você e o Bryan testemunharam ela
dizer que não tinha nada gravado de interesse para o projeto. Por favor
registre esse fato nas anotações históricas de sua bela pesquisa.
Abraço,
Jorge Antunes





2009/7/4 <d_garcia em iar.unicamp.br>

> Prezados colegas,
>
> Peço que desculpem pela longa mensagem que segue e sugiro para quem não se
> interessa pelo assunto, que apague antes de ler, economizando seu tempo e
> paciência.
> Tampouco, como o Conrado, gosto de participar ativamente de colóquios dessa
> ordem. Mas, como atuo como pesquisadora e oriento pesquisas na área de
> história e análise da música eletroacústica brasileira, me sinto no dever de
> participar.
>
> É muito triste que sejam publicados documentos com pouco rigor de pesquisa
> musicológica. E se nota deslizes nesse sentido no caderno da "Coletânea" -
> não apenas a dedução até lógica de que o estúdio Panaroma seria fruto de um
> espaço institucional já aberto antes da chegada de Flô Menezes à Unesp - mas
> também outros que não caberia citar aqui, senão em um documento mais extenso
> e fundamentado.
>
> Mas se há deslizes na "Coletânea", não deixa de haver em documentos
> publicados pelo próprio  Flô Menezes, como por exemplo, na sua cronologia da
> música eletroacústica, publicada em seu livro "Música Eletroacústica  -
> História e Estéticas", quando pontua apenas três eventos brasileiros antes
> da década de 1990 e depois da década de 90 as atividades de Flô Menezes se
> tornam o centro da cronologia (mesmo o resto do mundo desaparece)... Neste
> sentido, parece que, tanto na "Coletânea" quanto em "Música Eletroacústica -
> História e Estéticas" cada curador/autor tenha puxado a sardinha para o seu
> lado, dando uma versão pessoal da história da música brasileira sem muito
> rigor musicológico.
>
> Caro Flô,  ninguém desconhece o mérito de seu empreendimento e produção à
> frente do PANaroma. É de se admirar a sua capacidade, obstinação e sucesso
> em conseguir financiamento para ter construído o Estúdio PANaroma na Escola
> Santa Marcelina, depois no I.A. Unesp na sua antiga sede e agora a
> construção de um novo estúdio na nova e bela sede do I.A. Unesp na Barra
> Funda. No Estado de São Paulo, o curso de graduação da Unesp é o primeiro
> curso a ter implantado de fato a formação em composição eletroacústica em
> nível de graduação, a partir dos anos 90 de forma definitiva graças à
> atuação de Flô Menezes. Também se deve observar que os Concursos
> internacionais de Música Eletroacústica promovido pelo PANaroma levaram São
> Paulo para o circuito internacional de difusão de música eletroacústica e
> que a Bienal de Música Contemporânea de São Paulo traz para nós um panorama
> importante da produção internacional.
>
> Mas mesmo não havendo sobrado sequer uma fita cassete dos tempos de Conrado
> na Unesp, e que você tenha materialmente começado do zero, você não pode
> desconhecer a história do Departamento onde atua e deve saber que, tendo
> havido um trabalho anterior ao seu naquele espaço, havia a disponibilidade
> para que ele fosse retomado e desenvolvido da maneira admirável como você
> desenvolveu.
>
> Além disso, uma observação de outra ordem que me permito fazer aqui pela
> amizade que tenho a você e ao Conrado, é que você não pode cobrar de um
> professor de uma Universidade a responsabilidade pela produção
> acadêmico/artística de outro professor da mesma universidade. Como que o
> Conrado, em lealdade a você (!!!) iria interferir na publicação de
> responsabilidade de Jorge Antunes?  Vê-se pelo estilo do texto histórico da
> "Coletânea" que o autor fez entrevistas tanto com Conrado Silva como com
> outros compositores. Depois de dada uma entrevista, o entrevistado não pode
> ser responsabilizado pelo texto final, nem mesmo tendo sido o autor um
> ex-aluno. Muito provavelmente, o entrevistado fala de suas atividades e
> realizações; outras atividades e realizações que vieram depois dele em uma
> mesma instituição não devem ter sido informações dadas por ele.
>
> Enfim, me desculpem pela longa mensagem, mas é impossível acompanhar essas
> discussões passivamente quando o assunto é nosso tema de pesquisa.
>
> um abraço,
>
> Denise Garcia
> Depto. de Música I.A.
> UNICAMP
>
>
>
>
>
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