[ANPPOM-L] Res: Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Daniel Lemos dal_lemos em yahoo.com.br
Qua Nov 24 11:34:37 BRST 2010


Caros,

A idéia do prof. Palombini justamente exibe esta 
necessidade de reformulação do ensino universitário de Música, só não 
compactuo com a forma como ela foi exposta. Os conhecimentos da "Música 
erudita européia" são fundamentais sim para a formação de qualquer 
músico. O que precisamos repensar é se nossos Cursos formam 
profissionais capacitados para inserir-se numa sociedade em constante 
mutação. Algumas perguntas que podem nos guiar:

"Quais os campos 
de atuação do músico atualmente?"
"Como a Universidade pode prover 
conhecimentos básicos necessários a este exercício?"

Precisamos 
não nos livrar dos conteúdos conservatoriais, mas das CONCEPÇÕES 
conservatoriais.


Um abraço a todos,



Daniel Lemos

Professor Assistente I

Curso de Música - http://musica.ufma.br

Departamento de Artes (DEART)

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

--- Em qua, 24/11/10, Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com> escreveu:

De: Eduardo Patricio <epatricio em yahoo.com>
Assunto: [ANPPOM-L] Res:  Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos
Para: "Carlos Palombini" <cpalombini em gmail.com>, anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010, 10:27




É. Pela mensagem do André Machado, me parece que a posição do Palombini (e/ou reflexos dela) foi agora melhor captada. A questão central seria menos sobre a existência ou não de testes específicos e mais a respeito da necessidade de um questionamento acerca dos objetivos e proposições dos cursos de música no Brasil - que apresentam sim um certo descolamento da realidade (histórico-social), e, que fique claro, não se trata aqui de uma questão puramente de mercado.
Saudações
Eduardo Patrício

_____________________________________
Eduardo Patrício
  http://www.eduardopatricio.com.br
  +55 41 8434-0480
  

De: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Enviadas: Quarta-feira, 24 de
 Novembro de 2010 1:02:13
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Contraponto sobre possbilidades dos testes específicos

Voilà!

2010/11/24 André Luís Cardoso Machado <andrelcmac em ig.com.br>

Olá, se me permitem



O ensino superior em música é todo baseado na tradição européia que

culminou na música erudita contemporânea. Os jovens que ingressam nas

faculdades de música, como todos os outros, são um pouco

inconsequentes. Se julgam poderosos e pensam poder vencer a realidade

e se tornar grandes solistas ou reconhecidos compositores. Porém essas

possibilidades já não existem, já tem algum tempo. O máximo que se

pode conseguir é um reconhecimentozinho acadêmico. Não dá pra ganhar

dinheiro nem com a música tradicional nem com a contemporânea. A não

ser sob a égide do estado que não oferece(e nem deveria) vagas para

todos.

Em qualquer outra área a academia se veria obrigada a mudar seus

rumos. Mas em nossa área específica, amparada inclusive por uma

equivocada visão de toda a sociedade de que nossos valores são muito

diferentes do resto, mantem-se tudo como está.

Me parece que mudar o enfoque acadêmico vigente é como a reforma

política. Todos sabem que ela é necessária, mas quem tem poder para

realizá-la são os menos interessados.



Abraço a todos

André Machado



Em 23/11/10, Carlos Palombini<cpalombini em gmail.com> escreveu:

> É outra possibilidade. Infelizmente, muito pouco na política da Capes e nada

> na política do CNPq aponta nesta direção.

>

> 2010/11/23 Flavio <flateb em gmail.com>

>

>> Pelo visto, pode-se mesmo dizer que nada do que se faz na tal "área

>> específica" de música presta ( "análises interpretativas",

>> "instrumentista-pesquisador que nem toca nem faz pesquisa",

>> "compositor-pesquisador cuja pesquisa é dizer o que quer que seja da

>> música

>> que só é ouvida por seus próprios colegas" etc.). Faltou apenas incluir a

>> categoria de egrégios "pesquisadores" que não tocam, não cantam, não

>> compõem, não diferenciam uma colcheia de um violão, costumam fugir de sala

>> de aula e de orientações, mas encontram-se muito bem instalados e pagos

>> em... Escolas de Música (vejam que coisa!). Enfim, acabemos com esse tipo

>> também, pessoal, e assim podemos apagar todas as luzes de tão nefasta

>> área,

>> entregando os prédios (e principalmente a verba pública que alimenta, por

>> exemplo, muitas bolsas de pesquisa) para a sociedade fazer de tudo isso um

>> melhor uso.

>>

>>  Flavio Barbeitas.

>>

>>

>> 2010/11/23 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>

>>

>> Não, acabamos apenas com a prova de habilidades específicas, o que

>>> resultará no fim do Conservatório Universitário, e no fim também das

>>> intermináveis discussões sobre a "especificidade" da área, sobre quantos

>>> artigos vale um concerto, sobre o número de artigos que substitui uma

>>> dissertação na pós-graduação em performance, acabamos com as "análises

>>> interpretativas" e tantos outros males, como o instrumentista-pesquisador

>>> que nem toca nem faz pesquisa (ou faz de conta que faz, e se publica

>>> porque

>>> as revistas precisam de artigos para satisfazer as exigências de

>>> periodicidade da Capes), com o compositor-pesquisador cuja pesquisa é

>>> dizer

>>> o que quer que seja da música que só é ouvida por seus próprios colegas,

>>> e

>>> poderemos pensar numa formação adequada e específica para

>>> instrumentistas,

>>> compositores, musicólogos, educadores etc. Não seria um benefício?

>>>

>>> 2010/11/23 Fernando Pereira Binder <fernandobinder em yahoo.com.br>

>>>

>>>> Muito bem,

>>>>

>>>> Primeiro acabamos com a prova de habilidades específicas para música.

>>>> Depois acabamos com a prova geral (português, história, etc...).

>>>> Daí acabamos com a alfabetização.

>>>> Re-instituímos a igreja como guardiã do conhecimento ocidental (começada

>>>> na última eleição).

>>>> Pronto, voltamos todos à Idade Média em 4 etapas!

>>>>

>>>> Fernando Binder

>>>>

>>>>  Em 22/11/2010, às 10:07, Carlos Palombini escreveu:

>>>>

>>>>

>>>>

>>>>  2) Não exigir conhecimentos específicos desvaloriza a Lei 11.769/2008,

>>>>> uma árdua conquista da área de Música que simboliza sua valorização,

>>>>> pois

>>>>> esta é comumente tratada de forma amadora pela sociedade. Atualmente,

>>>>> há uma

>>>>> verdadeira "indústria educacional" em torno da Educação Básica, pois

>>>>> sua

>>>>> função mais comum é oferecer acesso à Universidade, desvalorizando sua

>>>>> própria utilidade educacional. Nesse contexto, há o risco de muitos se

>>>>> perguntarem: "pra que estudar Música se para entrar no Curso de Música

>>>>> não é

>>>>> necessário estudar Música?";

>>>>>

>>>>

>>>> Há um erro básico aqui: supor que estudar música seja solfejar, tocar um

>>>> instrumento (ou cantar), ou compor. Como é isso que a maioria de nossos

>>>> colegas sabe fazer, esse erro não será democraticamente erradicado. A

>>>> prova

>>>> específica tem a função de perpetuá-lo.

>>>>

>>>>

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>>>> cpalombini em gmail.com

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