[ANPPOM-Lista] Sobre ética na pesquisa

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Dom Abr 14 16:41:56 BRT 2013


Damián,

As Universidades têm a liberdade de solicitar o que bem entendam em termos
de perfil de candidato, dentro dos limites legais. Que o modelo de curso de
música em curso, de modo geral, seja absurdo e favoreça a mediocridade e o
anacronismo, não tenho dúvida. Mas não é na hora do concurso que a coisa
vai ser resolvida.

Quanto aos concursos irregulares, é uma realidade. Em minha opinião, essa
realidade não vai mudar enquanto os candidatos prejudicados não começarem a
recorrer sistematicamente à Justiça. A maioria não faz isso. Muitas pessoas
já me procuraram para se queixar do concurso A ou B ou C. Minha resposta é
invariavelmente a mesma: tem provas? recorra à Justiça. A maioria não faz
isso. A escolha é de cada um. E é muito simples: tenho mais a ganhar
procurando a Justiça ou apostando no tráfico (de influência). Enquanto a
escolha majoritária for pelo tráfico, os concursos estarão abertos a todo o
tipo de arbitrariedades.

Abraço,
Carlos

carlos palombini
ufmg.academia.edu/CarlosPalombini<http://www.researcherid.com/rid/F-7345-2011>


2013/4/14 Damián Keller <musicoyargentino em gmail.com>

Palombini escreveu:
> > a regularidade ou legalidade ou não de concursos, progressões etc.
> depende
> em boa parte de normas, resoluções, editais e portarias cuja legalidade
> pode ser questionada, mas que são específicas das diferentes autarquias.
>
> Justamente, Carlos. Por esse motivo a minha colocação não foi sobre a
> legalidade dos procedimentos. Obviamente, candidatos ou banca podem
> questionar a legalidade através de um processo judicial. Isso é
> desgastante para todas as partes.
>
> Uma comissão de ética da Anppom pode ajudar a diminuir o impacto de
> vários problemas na forma como são conduzidos os concursos:
>
> (Citando mensagem de Alexandre Negreiros)...
> - exclusão através de exigências unidisciplinares, descartando
> candidatos com titulação em outras áreas
> - peso desproporcional para a formação básica, ignorando a produção e
> a experiência profissional do candidato
>
> (Observando procedimentos em concursos recentes)...
> - exclusão do fazer musical, ou
> - exigências de competências que estão fora da subárea do concurso
> (por exemplo, um compositor tem que tocar piano; um educador musical
> tem que tocar flauta doce, etc.)
>
> A minha sugestão foi:
> > Um parecer isento, de caráter informativo, elaborado
> > por colegas que não estão diretamente envolvidos, pode ajudar para
> > trazer um pouco de bom senso para reitorias, pró-reitorias e
> > similares.
>
> A ideia seria ter alguma instância externa de consulta na hora de
> argumentar com a burocracia universitária local. No caso de
> universidades com longo histórico e grande número de professores na
> área de música (UFMG, por exemplo) isso pode até parecer supérfluo. No
> caso de universidades periféricas ou de cursos recentes, ter a
> possibilidade de consulta a colegas da área é fundamental.
>
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