[ANPPOM-Lista] Novela

Jorge Antunes antunes em unb.br
Seg Fev 3 10:42:09 BRST 2014


Oi, Ale:

Você tem razão. Antes de contratar Dias Gomes, a Globo já tinha feito algo
incompreensível para muitos:
em 1972 foi contratado o jovem Oduvaldo Viana Filho (Vianinha), autor da
maravilhosa e antológica “A Grande Família”.
Vianinha, comunista, tinha realizado ótimo trabalho teatral de agitação “
*subversiva*”, nos anos 1960, no CPC da UNE.
Mas isso é outra história.
Continua a ser fascinante o desafio para ser estudado o uso de certas
trilhas sonoras em audiovisuais e em telenovelas.
Abraço,
Jorge Antunes


Em 3 de fevereiro de 2014 09:28, Ale Fenerich <fenerich em gmail.com> escreveu:

> Olás,
>
>
> a estratégia da Globo é a típica da ditadura: dar às massas um pouco de
> "biscoito fino". Para se legitimar enquanto emissora "cívica" a globo
> meteu-se com grandes produções cultas no passado (Grande Sertão veredas) e
> empregou comunistas notórios (Dias Gomes). Misturar "alta cultura" aos que
> não podem fruí-la por "falta de educação" ("somos um povo bárbaro"); isso é
> populismo às antigas, é pout pourri de música sertaneja tocado por
> orquestra sinfˆønica em arranjos transados (nem tanto!).
>
> Isso tudo me soa colonialismo francês, catolicismo, essa coisa ocidental
> que, no fim, cheira a carniça.
>
>
> um abraço!
>
>
> Em 2 de fevereiro de 2014 13:34, Jorge Antunes <antunes em unb.br> escreveu:
>
>> Caro Gabriel Moreira, Fernanda Canaud e colegas:
>>
>> Interesso-me muito pela ciência “Semântica Musical”. Continuo refletindo
>> sobre o uso do Adaggieto de Mahler no final da novela.
>> Em comentário anterior, eu disse que aquela música ficou marcada, graças
>> a Lucchino Visconti, com o significado de amor puro, platônico, etc. A TV
>> Globo, no Jornal Nacional, anunciou ontem matéria que sairá hoje no
>> Fastástico, sobre aquele final.
>> A própria Globo já divulgou que a intenção foi homenagear Visconti,
>> “imitando” Morte em Veneza.
>>
>> Mas eu comecei a fazer nova reflexão.
>> Acho que a quantidade de brasileiros que assistiram ao filme de Visconti
>> é muito menor que a quantidade de brasileiros que assistiram à novela.
>> Chuto uma possível percentagem. Talvez os que assistiram ao filme não
>> chegue a 20% dos que assistiram ao capítulo final da novela.
>> Considerando essa hipótese percentual, poderíamos prosseguir com o
>> seguinte raciocício.
>> Apenas 20% do público da novela viveram a experiência de associar Morte
>> em Veneza àquele final da novela.
>> Então, 80% não viveram essa experiência.
>> Assim, é possível que a ampla maioria do público da novela passe a
>> considerar o Adaggieto com outro “significado” musical.
>> Será possível, então, que muitos brasileiros, ao ouvirem de novo o
>> Adaggieto, passem a dizer:
>> “-Essa é a música do Felix”. Ou então “-Essa é a música do beijo gay”.
>>
>> Abraços,
>> Jorge Antunes
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