[ANPPOM-Lista] o villa-lobos de guérios

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Qua Jan 8 02:34:23 BRST 2014


Marcus,

obrigado por suas colocações. Que bom que o Dil Fonseca nos trouxe esses
> dados sobre a "Lenda do Caboclo" que corroboram o que eu havia afirmado
> anteriormente sobre a apresentação dessa peça antes de 1923... (ano do
> contato com Cocteau em Paris).
>

Sim, fico feliz em ter contribuído com uma evidência em favor de seu
argumento, ainda que, no *match* Guérios vs Wolff, eu torça pelo primeiro.

 Fora a questão da alteração das datas de composição de algumas obras, como
> indica Jorge Coli, é bom sair um pouco do âmbito estritamente musical e
> lembrar que Villa conhecia Graça Aranha, cuja "Estética da Vida" (1921), já
> pregava a integração da cultura ao "solo" da nação. Como vc deve ter lido,
> defendo no artigo que apresentei no 2o Simpósio Villa-Lobos que  "O
> legado de Graça Aranha foi fundamental para essa retomada da questão da
> brasilidade e assim, para a reviravolta que o modernismo sofreu a partir de
> 1924, quando a descoberta da brasilidade tornou-se seu ponto central, que
> assim convergiu para aquilo que passou a ser valorizado pela vanguarda
> francesa após a Primeira Guerra".  Isso não nega a tal influência da
> vanguarda francesa - 2 coisas que convergiram no sentido da construção de
> representações da nação através das artes.
>

Confesso que uma das coisas de que mais gostei em seu artigo foi ler os
excertos de Graça Aranha. Fui portanto olhar agora na Wikipedia (*will you
pardon me?*) quem teria sido esse Graça Aranha, e veja o que encontrei:

Devido aos cargos que ocupou na diplomacia brasileira em países europeus,
> ele esteve a par dos movimentos vanguardistas que surgiam na Europa, tendo
> tentado introduzi-los, à sua maneira, na literatura brasileira, rompendo
> com a Academia Brasileira de Letras por isso em 1924.
>



> Acho que muita coisa precisa ser ainda investigada para que com base na
> análise dos documentos, possamos reinterpretar o "gênio", vc não acha?
>

Sem dúvida. Fazemos muitas interpretações (quando não exibição de opiniões)
sem ter antes realizado a "Musicologia positivista" necessária.


> PS - espero que vc não se importe de eu postar essa minha resposta
> (repensada após a contribuição do Dil que trabalha no Museu Villa-Lobos) na
> lista de etno na lista da ANPPOM já que agora tem mais gente entrando no
> debate.
>

Claro que não! O Dil fez o que qualquer um que queira ir além do "não
pretendo escrever sobre o assunto, mas..." deveria ter feito: apresentar os
documentos que embasam o argumento (no caso, alheio).

Abraço,

Carlos
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